vestibular
  A Conclusão
 

 

Conclusão

            Geralmente situada no parágrafo final dos textos dissertativo-argumentativos, a conclusão pode ser desenvolvida a partir de três formas básicas:

 

a) síntese

 

                  Portanto, vencer ou perder não depende só de torcida e de confiança. Depende, acima de tudo, do esforço e dedicação dos treinadores e jogadores, que devem empenhar-se o má­ximo nos treinos e jogos desta e de outras Copas, a fim de conseguirem confirmar, merecida e humildemente, o título de “mestres do futebol”. E a nós, só nos resta torcer. E rezar...

(Cinthia Helena Bonavista, 2a. série do ensino médio. Artes, letras e rimas. Liceu Salesiano, 1998.)

 

 

 

            Nesse tipo de conclusão, há uma síntese das idéias desenvolvidas nos parágrafos anteriores. Geralmente nele se confirma a tese e se retomam alguns aspectos do desenvolvimento, sem, con­tudo, cair em repetições de palavras ou de idéias.

        A conjunção conclusiva portanto serviu como elemento de coesão entre a conclusão e os pa­rágrafos anteriores, mas também poderiam ser usados outros conectores, como assim, desse mo­do, logo, diante disso, por isso, pois (depois de verbo), então, etc.

 

 

b) proposta

 

            É necessário, portanto, um espírito crítico para julgar os benefícios que a modernidade nos traz. O fundamental é que se privilegie sempre a comunicação interpessoal enquanto fator capaz de melhorar as relações entre os indivíduos.

(candidato ao vestibular da UnB/CESPE/1999 http://www.epoca.com.br/semanal/redacao2/REDO4htm)

 

 

 

            Nesse tipo de parágrafo-conclusão, o autor faz propostas ou sugestões para que o problema em análise seja resolvido. Quanto mais concretas forem as propostas — em vez de sugestões vagas, como “É preciso que todos tomem consciência”, “Somente quando cada um de nós fizer sua parte”- mais persuasivo será o texto como um todo.

 

 

c) surpresa

 

            É necessário enxergamos a realidade com lentes menos “colloridas”, o que significa reinterpretar os versos de Bilac: “Criança! Não verás nenhum país como este” (enquanto sobreviveres à miséria).

(Agnelo de Carvalho Pacheco. Redação do Vestibular. São Paulo: Texto & Ofício. p. 102)

            Nesse texto, que discute a situação de miséria da criança brasileira, a conclusão surpreende porque o autor, primeiramente, redige “colloridas”, numa clara referência irônica ao então presidente Fernando Collor de Mello. Em seguida, surpreende de modo criativo, ao citar um verso de Olavo Bilac, muito adequado ao contexto.

            Na conclusão-surpresa, além de citações de escritores, filósofos, estadistas, compositores e outros, também pode haver uma pequena história, uma piada, um pensamento que ilustre tudo o que se desenvolveu ou atribua novos sentidos ao texto.

 

EXERCÍCIO

A conclusão do texto que segue foi propositalmente eliminada para que você a crie. Entre as técnicas vistas de construção de conclusão - síntese, proposta e surpresa —, escolha duas delas e redija dois parágrafos, cada um fazendo uso de uma técnica diferente.

 

REALIDADE OCULTADA          


            O país do carnaval, do samba, do clima tropical, é o país da alegria. Essa é a imagem do Brasil infiltrada até mesmo nas cabeças de sua própria, ingênua população. Pessoas guiadas pelo entusiasmo, contagiadas pela emoção do momento, facilmente iludidas pela fantasia. Mas, por detrás dessa máscara, sob a camuflagem, encontra-se uma dura realidade de desigualdade que passa despercebida.

O Brasil assistiu emocionado ao nascimento de Sasha, parecia ter engravidado dela também. O Jornal Nacional, principal jornal de notícias do país, chegou a de­dicar até dez minutos de repor­tagem para cobrir tal aconteci­mento, enquanto dedicou ape­nas metade desse tempo para a reportagem da privatização da Telebrás! O Brasil inteiro ficou sabendo que às 8h... Sasha to­mou seu primeiro banho; que dois minutos depois espirrou; e que, logo após, ganhou seu anelzinho de ouro...

          Mas, é claro, o Jornal Nacio­nal é um programa da Rede Glo­bo, emissora de televisão que pro­moveu Xuxa, mãe de Sasha, me­nina que nasceu já em “berço es­plêndido”, lançada logo de vez à incansável mídia. Criança que, mesmo antes de nascer, tinha seu nome gravado em fraldas descar­táveis. Quanto será que a filha do cruzamento de uma fantasia ela­borada com o sêmen virtual já ar­recadou?

Acontece que essa não é a realidade.

Vinte dias antes de Sasha, nas­cia em São Paulo Kadja. Seu nas­cimento chegou também a fre­qüentar as telinhas, mas por ra­zões diferentes. Kadja nasceu “a luz do céu profundo, iluminada ao sol de seu Novo Mundo”, em uma pacata madrugada, numa calçada de Santo Amaro, com di­reito até a platéia ao vivo. A mãe de Kadja, mesmo com a bolsa já rompida, teve recusada a interna­ção no hospital, saiu à procura de outro, mas não agüentou. Pariu ali mesmo.


 

(Juliana Artuda, estudante do 3o. ano do ensino médio. Integra-Ação: anto­logia de textos do Colégio Visconde de Porto Seguro, 1998)

 
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